Jorge Manuel Lopes

Jorge Manuel Lopes

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Nina Gruntkowski: "O prazer é o mais importante. O saudável vem logo depois"

Nina Gruntkowski: "O prazer é o mais importante. O saudável vem logo depois"

Aterrou em Portugal como jornalista, apaixonou-se por Dirk Niepoort e pelas camélias do Norte. Daí à dedicação ao chá verde biológico e à cultura japonesa do chá foi um passo. Li que a plantação de chá que possui em Fornelo [freguesia de Vila do Conde], e onde em 2017 se fez a primeira colheita, experimental, é caso único na Europa continental. Há várias iniciativas na Europa de miniplantações de chá mas, até agora, sem produção comercial. Há, por exemplo, uma no Sul da Suíça, na fronteira com Itália, mas é uma plantação de um museu [Casa del Tè Monte Verità], muito lindo e que faz um grande esforço para informar sobre a cultura do chá. Em geral, não é assim tão fácil encontrar o clima certo para plantar camélias [Camellia sinensis, a planta do chá]. Ela é muito adequada ao clima da zona costeira do norte de Portugal por raramente haver temperaturas abaixo de zero. Ou seja, a terra não gela. E há imensa humidade.  O clima, só por si, explica esta raridade europeia? Há outra razão: a produção é muito, muito exigente. Primeiro, a planta demora cinco anos a crescer até à primeira colheita, o que é um investimento imenso. Na Ásia, até dizem que uma plantação só começa a render a partir dos dez anos. Por outro lado, o investimento em máquinas e mão-de-obra não é fácil. Depois, a produção do chá em si é complicada, porque não é só secar a folha – implica quebrá-la, saber manipulá-la em termos de reacção enzimática e secá-la durante um certo período para criar os diferentes sabores.
Groove Ball: “Quando fizemos o primeiro concurso de vogue as pessoas não sabiam o que isso era"

Groove Ball: “Quando fizemos o primeiro concurso de vogue as pessoas não sabiam o que isso era"

O lema na vossa página no Facebook é: “New Way, Old Way, Vogue Femme, Dramatics, Comedians!!!!” Porquê? Inês Pando – Antes de começarmos a Groove Ball tínhamos um projecto chamado Jungle Cabaret. Era um cabaré louco. Daí vêm o “Dramatics” e o “Comedians”. E o resto? IP – O “New Way, Old Way, Vogue Femme” tem a ver com as correntes do voguing. O Igor [Ribeiro, aliás Ghetthoven, músico, ausente em digressão com Moullinex à data desta entrevista] seria a melhor pessoa para explicar isso. Arranjámos alguma coisa com que nos identificávamos para fazer uma festa queer, livre e segura. Simone Francisco – Já foi há algum tempo [as festas Groove Ball começaram em 2011]. A noite do Porto não era o que é. Agora há muito mais diversidade. O Igor era superligado ao movimento [voguing], cresceu a tentar trazer para cá um bocado dessa cultura americana que nasceu nos anos 1970, 80. Além disso, também gostávamos daquela cena dos Club Kids dos anos 80, e tudo se misturava um bocado, num nicho de pessoas que queriam ser ouvidas, ou ter um sítio para se expressar. E surge a Groove Ball. SF – Também se deve falar do Paris Is Burning [documentário de 1991 sobre a cultura das ballrooms nova-iorquinas]. Havia várias houses de vogue feitas por pessoas que eram postas de lado: queer, da comunidade afro-americana, latina. Ou seja, todos os que eram vistos como weirdos. As ballrooms eram casas de acolhimento dessas pessoas, uma forma de elas se sentirem integradas em qualquer coisa. Uma espécie d
Vanessa Ribeiro Rodrigues: "Ela voltou a traficar para subsistir e cuidar da filha”

Vanessa Ribeiro Rodrigues: "Ela voltou a traficar para subsistir e cuidar da filha”

Tem base no Porto mas parte com frequência, mundo afora, para aprender mais. Dos anos no Brasil trouxe parte dos relatos que se lêem em Ala Feminina, livro que dá voz a mulheres presas. O seu futuro está no cinema documental. A origem deste livro está ligada a um acidente de percurso: era suposto entrares na prisão masculina de Bangu, no Rio de Janeiro, em Novembro de 2010, mas o clima de tensão entre polícia e facções criminosas alterou os planos e visitaste a prisão feminina de Talavera Bruce. Entretanto, já entraste numa prisão masculina? [A ida a Bangu] tinha a ver com um projecto do Afroreggae [ONG que promove inclusão e justiça social nas favelas e prisões] e num contexto político e social de entrada das unidades de polícia pacificadora no [conjunto de 13 favelas] Complexo do Alemão. Ia à boleia da ONG para tentar falar com lideranças do Comando Vermelho [organização criminosa] sobre o que se estava a passar no Rio de Janeiro. Mas a situação era perigosa e acabaste na Talavera Bruce. Fechou-se uma porta e abriu-se outra, com o potencial de histórias que se lêem em Ala Feminina. Entrar numa penitenciária para mulheres levou-me para outro horizonte em que não tinha pensado: o universo da reclusão feminina e de eu ser mulher e estar a entrar numa prisão feminina. O que senti foi, acima de tudo, a urgência enorme que as mulheres tinham em contar as suas histórias a uma jornalista, mulher, que lhes era desconhecida e que elas podiam suspeita
Playlist Time Out: o génio de DAWN, DJ Nigga Fox, Christina Aguilera e mais

Playlist Time Out: o génio de DAWN, DJ Nigga Fox, Christina Aguilera e mais

Há semanas em que tudo bate certo e a melhor música calha de rimar com a Primavera. DAWN continua a lançar pérolas visionárias, Christina Aguilera surpreende, Sharda recupera memórias do UK garage e a frescura da mensagem estética propagada pela Príncipe Discos já se propagou às ilhas britânicas. Sete canções em flor que duram uma semana inteira. 
Playlist Time Out: a esperança de Cláudia Pascoal, DJ Koze, Valee e mais

Playlist Time Out: a esperança de Cláudia Pascoal, DJ Koze, Valee e mais

Cláudia Pascoal e Isaura preparam o cerimonial. Boss AC retorna à essência. Valee rappa sem sobressaltos. DJ Koze e DJ Bone mantêm vivas tradições dançáveis. As BiSH arrasam com ruído e melodia. Cameron Graves leva o jazz a passear pelo espaço. A melhor música não escolhe corpos celestes.
Rui Poças: “Gosto de usar a luz como uma gramática, uma língua”

Rui Poças: “Gosto de usar a luz como uma gramática, uma língua”

(Entrevista originalmente publicada na Time Out Porto 91, de Outubro de 2017.) Trocaste o Porto por Lisboa quando foste tirar o curso de Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema. Fui no final dos anos 80. Já tinha a noção de que ia ser muito difícil fazer carreira no cinema no Porto. E agora? As coisas mudaram bastante, mesmo a forma de produzir. Para alguém que tenha vontade de fazer um filme hoje em dia não é absolutamente obrigatório, do ponto de vista técnico, que tenhas que estar numa capital. Mas é verdade que, em termos de carreira profissional, é igual em todos os países: tem de ser feita nos centros de decisão, que estão nas grandes cidades, normalmente nas capitais. Para mim, a troca do Porto por Lisboa foi um casamento por conveniência. O que é que o Porto te diz em 2017? Ainda me diz bastante. Não vou tão frequentemente como gostaria mas quando vou fico muito contente e admirado com a forma como a cidade se tem desenvolvido nos últimos anos. Não falo só do que é geral (o urbanismo, a forma de viver a cidade) mas também do que se faz, sobretudo do ponto vista cultural. No final dos anos 80 deixei um Porto um pouco provinciano, para o bem e para o mal, com um olhar atravessado em relação a Lisboa e às outras cidades. Hoje verifico que as pessoas do Porto continuam a ter orgulho em si mesmas mas já não olham desconfiadas para a capital. Foi fácil afeiçoares-te a Lisboa? Foi. Afeiçoo-me facilmente a qualquer lugar, o que dá jeito porque viajo bastante [risos]. Se
José Pacheco Pereira: "O Ephemera é um arquivo omnívoro. A gente come tudo e nunca se arrependeu"

José Pacheco Pereira: "O Ephemera é um arquivo omnívoro. A gente come tudo e nunca se arrependeu"

José Pacheco Pereira lançou a bola de neve que se transformou no maior arquivo privado do país. O Ephemera, uma epopeia em crescimento exponencial, recolhe a memória particular e pública do país e não só. E tudo começou pela biblioteca da família, no Porto. Quando percebeu que não seria cidadão residente no Porto por muito tempo? Acabei por ir dar aulas para Lisboa, para o ISCTE, e isso fixou-me lá. Nunca pensou em regressar e fixar-se cá? Não pensei em voltar mas também de cá nunca saí. Há uma convenção no teatro japonês que já citei uma vez num artigo sobre o Porto: as personagens que levantam os pés são normalmente os mortos, almas danadas ou demónios; os que não levantam os pés são normalmente aqueles que se mantêm sobre a terra. E eu, de facto, nunca levantei os pés do Porto. A semente para o que veio a transformar-se no Ephemera foi a biblioteca da sua família. Consegue descrever como era essa biblioteca? Vivi sempre no meio de livros. Inclusive fisicamente, em casa dos meus pais – arranjei maneira de me mudar para o sítio onde estava uma grande parte dos livros, uma cave que não era bem uma cave. Isto significa que, além de ter lido muita coisa, conheci desde muito cedo o funcionamento de uma biblioteca. Ou seja, encontrar um critério para arrumar milhares de livros e ajudar a fazer as fichas. Peças cruciais numa biblioteca. As fichas na biblioteca do meu pai [Álvaro Pacheco Pereira] e do meu avô [Gonçalo Pacheco Pereira] compravam-se numa antiga tipografia, Marânus,
Playlist Time Out: um tesouro de Prince, Ariana Grande, Rafiq Bhatia e mais

Playlist Time Out: um tesouro de Prince, Ariana Grande, Rafiq Bhatia e mais

Quando há "Nothing Compares 2 U" na versão original de Prince, é só construir uma playlist Time Out em redor do achado. Assim acontece esta semana, onde também há espaço e tempo para conhecer as novas canções de Carrie Underwood e Ariana Grande; travar conhecimento com Louisa, lojii e Siete Catorce; e chamar toda a atenção para Rafiq Bhatia, um guitarrista que transforma o jazz numa monumental caldeirada.
Nuno Brandão Costa: “A cidade sustentável é compacta e ocupada, mas com variedade social”

Nuno Brandão Costa: “A cidade sustentável é compacta e ocupada, mas com variedade social”

Um livro retrospectivo, a organização da representação lusa na Bienal de Arquitectura de Veneza, a reabilitação do Bairro de São João de Deus e uma obra magna para o Porto: o Terminal Intermodal de Campanhã. Muitos asseguram que, com Nuno Brandão Costa, o futuro da Escola do Porto está assegurado. Um encontro no seu gabinete no Bairro da Bouça Lembra-se de olhar pela primeira vez para um edifício e de pensar em algo para lá do que estava a ver? De pensar, digamos, numa dimensão arquitectónica? Uma pergunta difícil e sofisticada [risos]. Quando era miúdo, os meus pais começaram a viajar de carro pela Europa. Eles, eu e o meu irmão. O primeiro edifício que vi e me impressionou muito, pela escala que não existia em Portugal e pelo ambiente do edifício, foi o Mont Saint-Michel, na Bretanha. Foi construído numa zona inundável e tem uma dimensão incrível. Parece uma paisagem surrealista. Essas viagens de carro pela Europa influenciaram muito o que faz agora? Foram coisas bastante importantes na altura e das quais mantenho uma memória viva. Foram várias, sobretudo por França, Itália, Inglaterra, Escócia e centro da Europa. Já voltei a vários desses sítios, mas a memória que fica mais viva é sempre a do primeiro impacto. Grande parte da sua obra está no Norte. Fruto do acaso? Acho que sim. Tenho uma obra ou outra em Lisboa, mas foi acontecendo assim. As obras públicas estão todas no Norte, embora o primeiro concurso que ganhei tenha sido para uma biblioteca em Lisboa que não avanç
Playlist Time Out: Nicki Minaj, uma força da natureza

Playlist Time Out: Nicki Minaj, uma força da natureza

Esta semana celebra-se o regresso inspirado e a dobrar de Nicki Minaj, mas esse é apenas o ponto de partida. Também se revela a pop árctica de October, reencontra-se Nina Miranda em conversa com o músico portuense Daxuva, e desconfia-se que J. Balvin, mestre do reggaeton, está prestes a lançar um dos álbuns marcantes de 2018. Há sete canções frescas de três continentes nesta playlist Time Out. Ouçam.
Playlist Time Out: este é o som da Primavera na Islândia

Playlist Time Out: este é o som da Primavera na Islândia

O rol de regressos esta semana é variado, aventureiro e impõe respeito: Underworld, Dawn Richard, Gang Gang Dance. David Guetta e Calvin Harris têm lampejos de inspiração que merecem ser escutados e dançados. E no Japão? No Japão há J-pop, claro.
Playlist Time Out: o nome é B, Cardi B

Playlist Time Out: o nome é B, Cardi B

Na semana do lançamento do seu primeiro álbum a playlist Time Out acolhe duas canções de Cardi B, antes de seguir pelo mundo rumo à Nigéria de Seun Kuti, à Alemanha de Alva Noto, à Inglaterra caribenha dos Sons of Kemet e à Lisboa de Violet, antes de se partir para o espaço com Sevdaliza. Boas viagens. 

Listings and reviews (11)

Hard Club

Hard Club

Depois de uma primeira vida, entre 1997 e 2006, ocupando uma antiga tanoaria junto ao Douro, em Vila Nova de Gaia, o Hard Club tomou conta do Mercado Ferreira Borges, imponente edifício em ferro e vidro vizinho do Palácio da Bolsa, em 2010. No piso térreo tem duas salas para eventos, sobretudo concertos, com amplo espaço circundante que permite montar exposições, feiras, etc. O primeiro andar dispõe de restaurante.
Sonhos Cor-de-Rosa

Sonhos Cor-de-Rosa

3 out of 5 stars
O jornalista italiano Massimo Gramellini publicou há meia década o romance autobiográfico Fai Bei Sogni, êxito de vendas agora transposto para filme por Marco Bellocchio. O título é a última coisa que a mãe lhe diz antes de morrer, tem Massimo nove anos e o mundo está a chegar a 1970 – arranque para um filme estimável que teria ganho em veemência se não abusasse do simbolismo para acentuar o que já se percebeu. O pai do garoto é de nulo préstimo afectivo, o que, aliado ao desaparecimento precoce e mal explicado da idolatrada âncora maternal, resulta num crescimento por sua conta, criando um mundo aos soluços. A blindagem emocional de Massimo prolonga-se pela vida adulta, com sucesso no jornalismo desportivo, como repórter de guerra em Sarajevo e no correio sentimental do La Stampa. E é ver o emprego invulgar, pungente e terapêutico, de “Surfin’ Bird” dos Cramps. Por Jorge Lopes
Bruno Mars

Bruno Mars

Há boas e muito menos boas esponjas pós-modernas. Na segunda categoria jaz um Beck, uma carreira inteira em decalques deslavados dos heróis da colecção de discos. Já Peter Gene Hernandez, aliás Bruno Mars, exerce a função de fã com mais vasta convicção. E especialização. Depois de um arranque atrás da cortina da pop, entregando canções viçosas para o brilho de outros (Sugababes, Flo Rida, etc.), seguido de uma espécie de estágio nos featurings (ouve-se na estupenda “Nothin’ on You” de B.o.B, 2009), Mars já entregou três álbuns esta década. Três álbuns em crescendo de qualidade e que, embora versáteis no conteúdo, apontam cada vez com maior precisão para uma era (os 80s, para arredondar a conversa) de promiscuidade do funk e do r&b com a maleabilidade que a new wave trouxe, por momentos, ao rock. Um caldo a que se junta o apreço evidente do artista havaiano de 31 anos por uma tradição afroamericana de entretenimento que chega a todos os públicos – e não era preciso ler as referências na Wikipedia a Little Richard, Prince e Michael Jackson para chegar lá. Lisboa é a quinta data e a quarta cidade da agenda de uma 24K Magic World Tour que correrá Europa e América até Novembro. Bruno Mars está num cume do percurso e a lotação da MEO Arena, já esgotada, sublinha-o. Mas cuide de chegar cedo, que na primeira parte há Anderson.Paak, radiosa esponja r&b/ funk/ hip-hop ainda melhor que o cabeça de cartaz, autor de Malibu, álbum que aqueceu 2016.
A Idade das Sombras

A Idade das Sombras

3 out of 5 stars
Este épico razoavelmente contido em torno da luta pela reconquista da independência da Coreia durante a anexação japonesa, situado na década de 1920, passa por vários estados climatéricos. Primeiro é uma malha densa de espionagem e duplicidade com o seu quê de John le Carré em que o espectador pode perder-se entre a batelada de personagens que irrompe pelo ecrã: a resistência no terreno, cercada, tenta angariar dinheiro para adquirir explosivos em Xangai, onde se refugia o seu líder, Jung Che-san (Byung-hun Lee); ao mesmo tempo que faz por convencer Lee Jung-chool (Kang-ho Song), novo capitão coreano da polícia de Seul, ex-intérprete da oposição e o eixo do filme, a passar de novo para o lado da insurgência. A teia simplifica- -se e a tensão cresce na longa viagem de comboio Xangai-Seul, momento alto do filme, com o seu quê de Scorsese, a resistência a dissimular dinamite na bagagem e Lee no meio da ponte entre rebeldes e o seu parceiro Hashimoto (Tae-goo Eom), um japonês alucinado. A captura dos resistentes e o contra-ataque no último terço polui os sentidos com sadismo em excesso, mas o requinte do atentado final, ao som do Boléro de Ravel, tem um certo ar redentor.
Stefan Zweig: Adeus, Europa

Stefan Zweig: Adeus, Europa

3 out of 5 stars
O maior elogio que se pode fazer a Adeus, Europa é notar que a desesperança que vai tomando conta do escritor austríaco Stefan Zweig no período aqui retratado, entre 1936 e 1942, transparece exemplarmente nas feições de Josef Hader, o actor que lhe dá corpo. Nele e em Aenne Schwarz, que compõe Lotte Zweig, ex-secretária e segunda esposa do autor. A progressão da desesperança é mostrada na mão cheia de capítulos em que o filme se divide. Em Setembro de 36 Zweig, judeu exilado e um dos mais famosos escritores em língua germânica do século passado, insiste em Buenos Aires, num encontro do PEN Club, quando a sombra da guerra se avoluma, que a mais fundamental das questões é a necessidade de encontrar forma de coexistência pacífica entre raças, classes e credos. Soa a anacronismo bem-intencionado, e o rápido evoluir dos acontecimentos, ilustrado nas suas passagens pela Baía e por Nova Iorque em 1941, demonstram a impossibilidade da condição não interventiva e racional que Zweig considerava basilar no papel de um intelectual, desembocando na ida do casal para Petrópolis, refúgio ilusório que termina com o suicídio de ambos em 42. A estrutura narrativa de Adeus, Europa livra-o da formatação dos telefilmes. O elenco está recheado de actores portugueses – uns sobressaem a espaços, outros estão no papel de parede. Por Jorge Lopes
Uma Discussão com 50 anos

Uma Discussão com 50 anos

4 out of 5 stars
The New York Review of Books (NYRB) surgiu em 1963 durante uma greve à impressão de diários como The New York Times, e nestes 54 anos usou a crítica literária como um fim em si e como rastilho para reflexões sobre política e cultura, sem esquecer a poesia e a reportagem. O lastro de pensamento mais ou menos polémico e o notável rol de colaboradores legitimam em absoluto a existência de Uma Discussão com 50 Anos. Na direcção da NYRB, em 1963 como hoje, está Robert B. Silvers, função que partilhou com Barbara Epstein até à sua morte, em 2006. Silvers é a âncora visual e argumentativa de um filme que avança pela história do jornal ao sabor da associação de ideias, entre imagens da redacção na actualidade, um mundo silencioso forrado a papel (o filme foi rodado em 2013 e lançado originalmente no ano seguinte, a pretexto do cinquentenário da publicação), testemunhos de colaboradores e imagens de arquivo. Dentre os 50 anos de discussões sobressaem Susan Sontag e o fascismo, Yasmine El Rashidi e a Praça Tahrir, Michael Greenberg e a ocupação de Zuccotti Park, Timothy Garton Ash e a queda do comunismo em Praga. Sem esquecer a pega mais vistosa, a pretexto do feminismo, entre Gore Vidal, que transbordou para o palco do Dick Cavett Show em 1971. Um documentário luminoso feito por evidentes entusiastas, um director octogenário que, diz, não dá ordens a quem escreve. Tudo o que faz é “pedir e esperar”. Por Jorge Lopes
Mulheres do Século XX

Mulheres do Século XX

5 out of 5 stars
A história de Mulheres do Século XX corre no Sul da Califórnia, em Santa Bárbara, mas nem por isso há muito Pacífico à vista, de modo que, quando ele surge no ecrã, um tapete de água bronzeada e vigilante, a respiração pára. Mike Mills, também californiano, planta o filme em 1979 e enche-o com música da época, sobretudo Black Flag e Talking Heads. Música que sai da casa aberta (um sabor a anos 60 que sobreviveu pelos 70s) e sempre em obras de Dorothea (Annette Bening), que fuma incessantemente na encruzilhada da meia-idade enquanto tenta perceber-se e a Jamie (Lucas Jade Zumann), o filho que vai avançando aos tropeções pela adolescência. Mas não estão sozinhos na casa nem são os únicos no jogo da corda com o que esperar da vida: Abbie (Greta Gerwig) aluga um dos quartos, é fotógrafa com aspirações artísticas e ouve The Raincoats; Julie (Elle Fanning) entra pela janela do quarto de Jamie e ampara-se na família (já que não tem uma em casa); William (Billy Crudup) é o hippie veterano, new age e emocionalmente enferrujado que jamais terminará as obras. Mulheres do Século XX é o cruzamento destas cinco pessoas numa nesga de tempo em que tentam aprender a navegar num oceano existencial que parece demasiado vasto, sobretudo para mãe e filho. Uma nesga de um tempo analógico, com punk, feminismo, humor e um presidente decente (Jimmy Carter), Humphrey Bogart e Casablanca na TV, e ocasional narração em off vinda do presente. Nada começa nem acaba no que aqui se vê, entregue por um elenc
A Toca do Lobo

A Toca do Lobo

3 out of 5 stars
A Toca do Lobo é porventura o livro mais conhecido de Tomaz de Figueiredo (1902-1970), avô que a realizadora Catarina Mourão não chegou a conhecer e pai de Maria Rosa Figueiredo. A relação, quer dizer, a não-relação entre Tomaz e Maria Rosa é o núcleo deste documentário aturadamente pesquisado (abundam as fotografias e documentos de arquivo, os filmes caseiros e as imagens da RTP) e delicadamente urdido. Os caminhos de pai e filha divergiram cedo. A profissão de notário de Tomaz de Figueiredo atirou-o para longe, a depressão que o levou ao internamento e aos electrochoques na Casa de Saúde do Telhal foi um golpe profundo, o efeito de apagamento do correr do tempo só parcialmente mitigado pelo regresso a Lisboa na última década de vida. Catarina Mourão mostra isto, abre a câmara a mais parentes e lugares, à medida que lembra o efeito de “um Portugal de coletes-de-forças” numa “família de silêncios e omissões”. Quase sempre sob a perspectiva e pela voz da mãe Maria Rosa Figueiredo. Silêncios e omissões que pouco chegam alterados ao fim de um filme literalmente caseiro. Um ovni nas salas de cinema, o que é bom, mas um ovni que parece procurar um fechamento que não acontece.
Dofus - O Filme

Dofus - O Filme

2 out of 5 stars
Dofus é um jogo cujo sucesso propaga-se de França em diante desde 2004, estendendo-se para outros meios e chegando ao cinema com a promessa de se multiplicar (o título original diz “Livre 1: Julith”). O enredo é um nó que tem tanto de videojogo como de novela de faca e alguidar, com uma armada de familiares desavindos, e percorre a linha ténue que separa a complexidade da tendência para complicar só porque sim. O humor descontraído que aterra entre batalhas transcendentes é bem-vindo, assim como as diferentes linguagens visuais usadas conforme os tempos da acção. Jorge Lopes
Meu Rei

Meu Rei

5 out of 5 stars
A desvairada história de amor (“amor” não será um termo muito adequado, mas siga) entre Tony (Emmanuelle Bercot) e Georgio (Vincent Cassel) não segue um arco narrativo rigoroso, e o crédito para que este relato não surja convenientemente trancado vai para Maïwenn, realizadora e co-argumentista, e para Etienne Comar, o outro argumentista. Do primeiro encontro às primeiras saídas, da cama (e da mesa da cozinha do restaurante) à atípica festa de casamento, o caso de Tony e Georgio é violentamente apaixonado. Só que através da narrativa paralela, situada no presente, num centro de reabilitação onde Tony reaprende a caminhar após ter desfeito um joelho num acidente de esqui com ar de tentativa de suicídio, percebe-se que entretanto algo correu muito mal. Georgio é viciado na boémia e em intoxicantes, e o choque entre estilos de vida trepa quando Tony dá à luz. Não obstante a personagem de Vincent Cassel ser uma espécie de pulha imprevisível com queda para a chantagem psicológica e legal, a relação exposta em Meu Rei é complexa, dura, sem linhas éticas ou de lisura de carácter especialmente definidas. O segredo está na ambiguidade bem sustentada. Nisso e no desempenho superlativo de Emmanuelle Bercot.

News (18)

The Prodigy: regresso ao Porto via North Music Festival

The Prodigy: regresso ao Porto via North Music Festival

Os britânicos The Prodigy são os cabeças de cartaz de 26 de Maio, segundo e último dia do North Music Festival, que acontece na Alfândega do Porto. É o regresso à Invicta da banda de Liam Howlett, Keith Flint e Maxim Reality, quatro anos após passagem pelo festival Marés Vivas. Desde Dezembro que os concertos destes operadores de electrónica agressiva e dançável vêm incluindo canções novas, que poderão fazer parte do seu sétimo álbum de originais, anunciado para 2018. Além de The Prodigy, o North Music Festival já havia confirmado actuações dos Gogol Bordello, Guano Apes e Linda Martini (todos a 25 de Maio). Até 25 de Março, os ingressos para este evento custam 29€ (um dia) e 55€ (dois dias).
A taxa de turismo chegou ao Porto

A taxa de turismo chegou ao Porto

Entrou hoje em vigor a Taxa Municipal Turística do Porto, que passa a cobrar 2€ por dormida a quem se instala na cidade, tanto em hotéis como em alojamento local (AL). A taxa é cobrada por pessoa (com mais de 13 anos) e por noite, até um máximo de sete noites seguidas. Isto é, até 14€. Ficam isentos desta cobrança os hóspedes com 60% ou mais de incapacidade e quem marca dormida no Porto devido a tratamentos médicos. A Câmara tenciona usar os 6.000.000€ de receita esperada na "mitigação do impacto do turismo na cidade", sobretudo aos níveis ambiental e de mobilidade. Neste momento, os hotéis e os ALs já terão de estar registados numa plataforma criada para a cobrança da taxa. Em todo o caso, o site municipal refere que "equipas da Câmara estão no terreno para apoiar as unidades hoteleiras e de Alojamento Local na sua aplicação", a que se junta uma linha directa de apoio, 22 209 7008, a funcionar nos dias úteis, das 09.00 às 18.00. Quem não pagar a taxa fica sujeito a multas entre 400€ e 40.000€. No caso das reservas feitas através da Airbnb, a taxa será cobrada directamente por esta plataforma a partir de 1 de Abril. Uma excepção justificada pelo facto deste serviço online representar "98% dos ALs do Porto", explicou à RTP Ricardo Valente, vereador do Turismo da Câmara Municipal do Porto. Representantes dos hoteleiros discordam desta taxa de turismo. À Lusa, Rodrigo Pinto Barros, presidente da Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo, diz que, além de muito al
Douro Rock 2018: regresso à Régua em Agosto com Xutos e Tigerman

Douro Rock 2018: regresso à Régua em Agosto com Xutos e Tigerman

The Legendary Tigerman junta-se ao cartaz da terceira edição do Douro Rock, festival dedicado à música feita em Portugal e que acontece a 10 e 11 de Agosto junto às piscinas da Régua. O concerto do músico e compositor, nome civil Paulo Furtado, está incluído na digressão de divulgação do seu quinto álbum, Misfit. Tigerman começou por ser um projecto de one-man band mas agora tem a companhia de Paulo Segadães (bateria), João Cabrita (saxofone) e Filipe Rocha (baixo). Além de The Legendary Tigerman, o Douro Rock 2018 já havia confirmado a presença dos Xutos & Pontapés. A edição de 2016 do festival, a primeira, levou à Régua, entre outros, Pedro Abrunhosa & Comité Caviar e Mundo Segundo. O ano passado, e com uma afluência de dez mil pessoas, houve concertos de bandas como os GNR, Blind Zero e Marta Ren & The Groovelets. O ingresso único para os dois dias de música custa 15€ e já se vende. 
Março é para caminhar no Gerês

Março é para caminhar no Gerês

Nem muito frio, nem demasiado quente: Março é um dos melhores meses para percorrer a pé os altos e baixos do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG). E há quem tenha pensado nisso — é o mês do 6º Festival de Caminhadas do Gerês e de mais um trilho promovido pela Keen Tours. O Festival de Caminhadas do Gerês acontece no fim-de-semana de 17 e 18 de Março, com três percursos por dia, sempre por trilhos distintos e sob a orientação de "profissionais experientes", segundo a organização Gerês Viver Turismo, responsável pelo evento. Haverá três caminhadas na tarde de sábado 17 e outras tantas na manhã de domingo 18, por trilhos circulares, com extensões e graus de dificuldades variados. As caminhadas abarcarão a "zona envolvente à aldeia de Campo do Gerês, Barragem de Vilarinho das Furnas, Geira Romana e Pé de Cabril". No final de ambas jornadas, os participantes serão contemplados com um convívio e oferta de Caldo no Pote, uma sopa típica da região. A inscrição no 6º Festival de Caminhadas do Gerês é obrigatória, limitada a 300 participantes por dia, e aberta até às 12.00 de quinta-feira 15. Não custa nada para pessoas até aos 15 anos e vale 7,50€ dos 16 em diante. Há mais informações no site www.geres.pt.  A bracarense Keen Tours, que leva a cabo trilhos no PNPG nos primeiros sábados ou domingos de cada mês, avança já no domingo 4 com o Trilho no Planalto de Castro Laboreiro. Decorre entre as 10.00 e as 15.00, com acompanhamento de "guia experiente em segurança" (assevera a empresa
Saíram duques à EDP Beach Party 2018

Saíram duques à EDP Beach Party 2018

As mais recentes aquisições para o cartaz da EDP Beach Party vêm aos pares. São as duplas holandeses DubVision e LNY TNZ e mais um duo, os nórdicos Pegboard Nerds. Todos têm actuação marcada para 30 de Junho, segundo e último dia de um festival dedicado à música electrónica de dança e com casa na Praia do Aterro Norte, em Matosinhos. Nascidos na década passada, os DubVision são formados pelos irmãos Victor e Stephan Leicher e praticam um som moldado a grandes espaços, house progressivo que se encaixa na grande casa habitualmente apelidada de EDM. Exemplo disto é "New Memories", gravado com outra estrela do género, Afrojack, e lançado no final de 2017. Já a electrónica de Mitchell Vreeswijk e Jan Stadhouders, aliás LNY TNZ (contracção das palavras looney tunez) é mais agreste, não se afastando da árvore genealógica EDM e acrescentando com frequência vozes hip-hop. Quanto aos Pegboard Nerds (de Michael Parsberg, dinamarquês, e Alexander Odden, norueguês), é frequente fazerem a ponte entre o happy hardcore, o dubstep hiperactivo da escola Skrillex e contributos vocais numa frequência pop épica/ synthpop/ disco. Além dos DubVision, LNY TNZ e Pegboard Nerds, a EDP Beach Party confirmou até agora a presença do cabeça de cartaz Steve Aoki e de Timmy Trumpet, Valentino Khan e Kayzo. Apenas Khan está agendado para o dia 29. Os ingressos estão à venda a uma razoável variedade de preços. Entre bilhetes normais ou VIP, diários ou para dois dias, os mais baratos valem 17€ e os mais caros
Time Out City Life Index 2018: a vida íntima dos portuenses em números

Time Out City Life Index 2018: a vida íntima dos portuenses em números

Quando o assunto é sotaque, o italiano é o mais sexy. É opinião nossa mas também de vários vizinhos europeus: 28% dos portuenses mostrou-se ‘sensível’ a esta pronúncia latina. Esta é uma das conclusões do capítulo “Relacionamentos e Comunidade” do Time Out City Life Index 2018, um questionário ao qual responderam 15.000 residentes de 32 cidades do planeta onde a Time Out está presente, incluindo dez europeias, e que avalia o que de positivo ou negativo nelas se encontra, não só no parâmetro acima referido, mas igualmente ao nível de comida e bebida, cultura, saídas, vizinhança, felicidade, acessibilidade de preços e sociabilidade. A seguir ao italiano, os portuenses têm especial encanto pelo português (14%), inglês (12%), brasileiro (8%) e australiano (7%). A preferência pelo italiano estende-se aos residentes de Lisboa (28%), Madrid (18%) e Barcelona (17%). Já Paris (29%) e Zurique (16%) gostam mais do inglês (29%), aos berlinenses soa melhor o francês (25%) e as cidades britânicas têm um fetiche pela pronúncia irlandesa: Londres com 18%, Edimburgo com 21%, Manchester com 22%. O acerto de agulhas europeu regressa quando se olha para outras respostas no terreno do sexo e dos relacionamentos. No Porto, 49% dos que responderam a este questionário dizem estar envolvidos numa relação mas não casados – a maior percentagem entre as cidades sondadas, ao lado de Manchester. E é muito fácil ter sexo na Invicta? Só 18% acha que sim, um número muito abaixo das restantes urbes. Ainda men
Time Out City Life Index 2018: ampla maioria dos portuenses acha a comida na sua cidade “imbatível”

Time Out City Life Index 2018: ampla maioria dos portuenses acha a comida na sua cidade “imbatível”

Uns claros 61% de portuenses têm orgulho na qualidade do que se come na sua cidade, defende quem participou na edição de 2018 do Time Out City Life Index, um questionário ao qual responderam pessoas de 32 cidades do planeta (incluindo dez europeias), e que avalia o que de positivo ou negativo nelas se encontra ao nível de comida e bebida, cultura, relacionamentos, comunidade, saídas, vizinhança, felicidade, acessibilidade de preços e sociabilidade. À questão, “No geral, como classifica a sua cidade em termos de comida?”, 61% dos habitantes do Porto optaram pela resposta “Maravilhosa – a qualidade e a escolha são imbatíveis”. Perante este assunto, a elevada auto-estima só é batida, entre as cidades da Europa, por Londres, com 72%. Segue-se Manchester (60%) e logo depois Lisboa e Madrid, ambas com 57%. No que diz respeito a hábitos de alimentação, os portuenses são ponderados na adopção de novos hábitos, já que continuam a preferir esmagadoramente comer em restaurantes, cozinhar para si próprios ou para outrem, e adquirirem refeições takeaway. No pólo oposto, são elevadas as percentagens de habitantes da Invicta que juram quase nunca almoçarem à secretária no local de trabalho (47%, o mesmo resultado de Lisboa, fazendo de Portugal o país europeu mais avesso a esta tendência), comerem street food (21%), brunch (35%) e encomendarem refeições online (35%). O City Life Index recolheu as opiniões de 15.000 pessoas em cidades europeias onde a Time Out está presente. As cidades europe
Time Out City Life Index 2018: Porto em 2º lugar no ranking das melhores cidades do mundo para viver

Time Out City Life Index 2018: Porto em 2º lugar no ranking das melhores cidades do mundo para viver

No seu ano de estreia, o Porto alcança o segundo lugar no ranking Time Out City Life Index. Um ranking liderado pela segunda vez consecutiva por Chicago. Logo abaixo da Invicta estão Nova Iorque, Melbourne e Londres. Lisboa ficou na oitava posição. O City Life Index é um questionário ao qual responderam 15.000 residentes de 32 cidades do planeta onde a Time Out está presente, incluindo dez europeias, e que avalia o que de positivo ou negativo nelas se encontra ao nível de comida e bebida, cultura, relacionamentos, comunidade, saídas, vizinhança, felicidade, acessibilidade de preços e sociabilidade.  A julgar pelos resultados da consulta realizada entre Dezembro de 2017 e Janeiro de 2018, o Porto é a cidade mais calorosa e onde mais se gosta de habitar (95%). É também a melhor cidade do mundo para fazer amigos (81% dizem que o fazem com muita ou razoável facilidade) e para se apaixonar (fácil para 46%). Em nenhum outro local sondado se detectou tanto orgulho de ali viver, se sente tanta liberdade em cada um poder ser como é (95% sempre ou habitualmente) e em manter-se em contacto com a família.   O Porto mudou muito, os salários são baixos mas poucos querem ir embora Entre as dez cidades europeias que participaram no questionário City Life Index o Porto é, de longe, aquela cujos habitantes consideram ter sofrido mais e melhores mudanças. De tal forma que poucos são os que se imaginam a viver noutra urbe a curto e médio prazo. “Para alguém como você, quanto mudou a sua cidade d
Zoo Santo Inácio não hiberna em Janeiro

Zoo Santo Inácio não hiberna em Janeiro

O ano 2018 arranca com uma novidade no Zoo Santo Inácio: Janeiro deixa de ser mês de hibernação. O parque zoológico de Avintes, a um passo da N222, terá portas abertas ao longo do primeiro mês do ano, de terça-feira a domingo, entre as 10.00 e as 17.00. No departamento dos ingressos também há mudanças em Janeiro, já que as crianças até aos 12 anos não pagam entrada. Para aproveitar a borla elas terão de ser acompanhadas por um adulto, até um máximo de três crianças por adulto. Dos 13 aos 64 anos são cobrados 14,50€, e dos 65 em diante 12€. O Bar do Lago manter-se-á aberto, o restaurante não.
Três coisas para fazer no primeiro dia do ano

Três coisas para fazer no primeiro dia do ano

Nem tudo nem todos fecham para balanço a 1 de Janeiro no Porto e arredores. Conheça três sítios onde 2018 começa afiando-se o conhecimento e a curiosidade.   Sea Life Porto Janeiro de 2018 no Sea Life Porto está por conta dos tubarões, e a tarde de 1 de Janeiro é um bom momento para conhecer as novidades a baixo preço. Nesse dia, as portas abrem às 14.00 e encerram às 19.00 (últimas entradas às 18.15) e o acesso é gratuito para crianças até 12 anos, se acompanhadas por adulto. Nas Shark Weeks de Janeiro, o Sea Life diz que fará por desmantelar mitos e ideias feitas sobre um animal geralmente temido e pouco estimado. Como? Através de palestras diárias, sessões de alimentação (11.00 e 14.30) e ateliês para crianças.   Museu Nacional da Imprensa Há um sorriso a pairar sobre o início de 2018 no Museu Nacional da Imprensa: cinco das sete exposições que é possível ver no dia de Ano Novo são versadas em humor. São elas as temporárias Cau Gomez: A Arte no Humor e PortoCartoon 2017: Turismo, Prémio Especial de Caricatura António Guterres e Prémio Especial de Caricatura Pablo Picasso; e a permanente PortoCartoon: O Riso do Mundo. A estas juntam-se outras duas, também permanentes: Memórias Vivas da Imprensa e Miniaturas Tipográficas. No primeiro dia do ano as portas estão abertas entre as 14.30 e as 18.30, e os ingresso para o público em geral custam 1€.   Alfândega do Porto A exposição The World of Steve McCurry, na Alfândega do Porto desde Outubro, fecha a 1 de Janeiro com uma maraton
S. Silvestre: amanhã há volta ao Porto em sapatilhas

S. Silvestre: amanhã há volta ao Porto em sapatilhas

Amanhã, sábado 30, a S. Silvestre Cidade do Porto convence 15 mil pessoas a dar uma volta ao Porto. A correr ou a caminhar. A 24ª edição da prova arranca às 18.00 da Avenida dos Aliados, com um percurso de dez quilómetros para os corredores. Quem optar pela caminhada terá de calcorrear cinco quilómetros. Entre os 15 mil participantes destaca-se Rui Pedro Silva, atleta do Sporting Clube de Portugal que tem dominado a secção masculina nos últimos anos: já vai em sete vitórias. Finda a corrida, de novo nos Aliados, por volta das 22.30, arranca um concerto dos HMB. Devido à S. Silvestre, amanhã haverá amplas limitações ao trânsito automóvel em várias zonas da cidade. A partir das 09.00, e até às 02.00 de domingo 31, espere encontrar proibições de circulação nos Aliados e em ruas de elevado movimento como as de Gonçalo Cristóvão, Almada, Ceuta, José Falcão, Carmo, Clérigos ou Sá da Bandeira.    
Ainda indeciso? Aqui há réveillons para todos

Ainda indeciso? Aqui há réveillons para todos

Se está na dúvida entre o vestido de gala e o conjunto sapatilhas + espumante em copo descartável, conheça várias possibilidades de passagem de ano num roteiro Time Out em que se viaja de sul para norte.  Espinho Aqui só se podia entrar no ano novo junto ao mar: na Praia da Baía, a partir das 22.30, actua Jimmy P, seguido do sacrossanto fogo de artifício à meia-noite. Daí em diante há música para dançar, cortesia de DJ Rusty. E é tudo de borla.   Mercado Beira-Rio Esta será a primeira passagem de ano do Mercado Beira-Rio, que reabriu para uma nova vida em Setembro. Tal como nos dias restantes, a entrada para este espaço na Ribeira de Vila Nova de Gaia, com capacidade para 200 pessoas, é gratuita e não haverá consumo obrigatório. Na noite de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro os 15 restaurantes do Mercado estarão a funcionar enquanto o relógio disser que é hora de festa, isto é, até às 02.00. A acompanhar o jantar haverá música escolhida pelo DJ Fernando Oliveira. Para entrar equipado a rigor em 2018 a organização oferecerá uvas passas ao povo e disponibilizará flutes de champanhe a “preços especiais” (palavras do comunicado de imprensa).   VINUM Os programas de luxo de réveillons associados a hotéis e a marcas de vinho são dos primeiros a anunciar lotações esgotadas – assim aconteceu, por exemplo, com o The Yeatman. O VINUM Restaurant & Wine Bar, também em Gaia e com o Douro e o Porto no campo de visão, está igualmente a um passo de ter casa lotada para a noite de 31 de Dezembr