‘Greenberg’, de Noah Baumbach (2010)
 
            
        
Actriz, argumentista e agora também realizadora, Greta Gerwig é a grande revelação feminina do cinema americano nos últimos anos.
 
            
         
            
        O talento de Gerwig para a comédia é abundantemente aproveitado por Whit Stillman nesta comédia satírica. A actriz interpreta uma estudante de uma faculdade que, com mais três, forma um grupo que se propõe tornar tudo melhor em seu redor. E garantir que os colegas, nomeadamente as do sexo feminino, tenham padrões elevados em tudo aquilo que importa na vida, sejam os namoros, seja o comportamento social, para já não falar da auto-estima.
 
            
        Quem até aqui não tinha ainda reparado em Greta Gerwig teve obrigatoriamente que o fazer em Frances Ha, que ela escreveu em colaboração com o realizador. Rodada a um preto e branco muito indie por Baumbach, Frances Ha é a história de uma rapariga de 27 anos em Nova Iorque, que quer ser bailarina e é um pouco destrambelhada, por vezes mesmo insofrível, e a que Gerwig dá, de forma memorável, vida, vibração e credibilidade até nas suas imperfeições.
 
            
        Não é, de perto nem de longe, um dos melhores filmes de Barry Levinson, mas as interpretações de Al Pacino e de Greta Gerwig nas personagens principais valem só por si que o vejamos. Pacino é um famoso actor que está a começar a sentir sinais de demência, Gerwig faz a filha de uma velha amiga deste, uma rapariga sexualmente confusa e muito mais nova, que o anda a tentar seduzir há anos. O encontro entre ambos é um desastre tragicómico.
 
            
        Em mais um filme realizado por Baumbach, e onde volta a juntar o seu nome ao deste no argumento, Greta Gerwig é Brooke Cardinas, uma espécie de versão “speedada” e socialmente hiperactiva de Frances Ha, que arrasta a sua meia-irmã, Tracy (Lola Kirke), uma estudante universitária certinha, para o seu louco estilo de vida. Quase Irmãs anda mais pelas bandas da farsa do que da comédia cool e espirituosa que é o registo habitual do realizador, e a responsabilidade é muito de Gerwig.
 
            
        Greta Gerwig é a Maggie do título e o seu plano é ter um bebé com o esperma doado por um antigo colega de faculdade. Só que o plano é frustrado porque Maggie conhece John (Ethan Hawke), casado com uma professora universitária, e ficam caídos um pelo outro. Gerwig é óptima em mais um papel abertamente cómico e irresistivelmente simpático, com Julianne Moore a servir-lhe de contrapeso na figura da insuportável mulher de John.
 
            
        Passado na Califórnia dos anos 70, Mulheres do Século XX é dominado por três mulheres: Dorothea (Annette Bening), uma divorciada que dirige uma pensão enquanto educa o filho adolescente, Jamie; Abbie (Greta Gerwig), uma fotógrafa que sofre de cancro; e Julie (Elle Faning), vizinha e melhor amiga de Jamie. É um filme em que as interpretações das três actrizes se beneficiam umas às outras, e Gerwig trabalha para o grupo, mas sem abdicar de deixar uma forte impressão pessoal.
Vendo as nomeações de maneira aritmético-desportiva, A Forma da Água segue à frente e Três Cartazes à Beira da Estrada está na sua peugada. O que pode muito bem não querer dizer nada. Surpresas podem acontecer, pelo que nada é garantido. Excepto serem estas as nove películas nomeadas para Óscar de Melhor Filme.
Um Óscar é um Óscar, e mesmo para os que, na Europa, acham o de Melhor Filme Estrangeiro sinal de paternalismo de Hollywood, nunca é indiferente o vencedor, ou os perdedores. Entre dezenas de candidatos, caíram no goto do júri cinco nomeados de diferentes latitudes estéticas e geográficas. Cinco desafios em desfile já a seguir.
O escândalo rebentou, as denúncias multiplicaram-se e a onda de contestação e apoio assaltou Hollywood com a hashtag #metoo à cabeça. Nos Globos de Ouro já se ouviram discursos fortes, como o de Oprah, e a passadeira vermelha fez-se em tons de negro como forma de protesto. É por isso de esperar discursos controversos na cerimónia dos Óscares deste ano, que acontece a 4 de Março. O que, a bem dizer, até já começa a ser uma tradição. Se nas últimas edições tem sido vulgar, certo é a coisa ter começado há décadas, como vemos nestes dez exemplos.
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